Rascunho sem título

O texto a seguir foi baseado em uma prompt de uma das minhas lives de escrita na Twitch. Era para ter saído um miniconto, mas acho que escrevi o começo de algo que não sei se quero continuar. Quem quiser ler mesmo assim, aqui está:


— Ele morreu para que desse certo, eu não entendo!

Teria sido um grito, mas como já gastara todas as suas forças chorando, a voz saiu mais próxima de um sussurro.

— Eu avisei que haveria consequências – disse o homem mais alto, irritado.

Roubar a ambulância havia sido fácil, o difícil mesmo tinha sido ver o homem já à beira da morte sendo expulso dela.

E por conta de quê?

Mais dinheiro público roubado para que ele pudesse alimentar a própria conta bancária.

O incrível, para ele, é que tenha demorado mais de 20 anos para chegar a ter qualquer tipo de remorso. O que será que deu nele?

Talvez o vírus da trouxice estivesse no ar e ele demorara a ser contaminado. Precisava de uma vacina urgentemente!

Percebeu que, enquanto pensava, o homem alto deixara de lhe fazer companhia; um claro recado: o jogo ainda não terminara, não importava quem havia morrido.

Pôs-se a correr, saindo do cemitério como se estivesse indo salvar a vida de alguém. Pensando bem, era exatamente esse ato antes impensável que estava prestes a acontecer.

Pois, se ele salvasse a vida do governador, este teria como confirmar seu álibi. Ninguém mais de sua família precisaria morrer.

Era só impedir que a bomba explodisse.

Era só ninguém do prédio ter assistido ao jornal da noite passada.

Ele tinha 4 minutos.

Publicado por Elaine Trevizan

Leitora assídua, tradutora, intérprete (sim, são duas coisas diferentes), bookstagrammer, escritora em construção. Hipérbole é meu nome do meio.

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