O cocô do cavalo do bandido voou e foi parar no cérebro da moça que nada tinha a ver com a história. Uma artista em corpo de professora mal paga e completamente desvalorizada em todos os sentidos. E, de pensar tanto em sua impotência, acreditou ser incapaz. Invisível. O sonho era grande e ela estavaContinuar lendo “O cocô do cavalo do bandido”
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Dias cinzentos
Dias cinzentos; os mais difíceis de todos. Tecnicamente, nada muda; a rotina é a mesma. Acordar, tomar café, trabalhar; um cinza daqueles que não sabe se quer ser claro ou escuro. O cinza lá fora; o cinza aqui dentro. Tomada por SAD; mas não necessariamente tristeza. Só o desejo de que haja sol; de queContinuar lendo “Dias cinzentos”
A Doutora humana demais
Será que é possível morrer de ansiedade? E não no sentido figurado, mas no sentido de estar lá, escrito na certidão de óbito: “Causa da morte: ansiedade”? Respira. Para de pensar em morte. Nada é tão grave assim a ponto de você morrer. – pensa ela. Exceto os pensamentos que levam ao coração acelerado, oContinuar lendo “A Doutora humana demais”
Números
Números. Somos mesmo mais que eles? Uma avaliação com números não deveria valer mais do que mil palavras positivas. Bom, se os números não me deixam em paz nem quando estou escrevendo um argumento contra eles… É 0 a 5, 0 a 10, é 0 a 100. É 73 por apenas algumas letras trocadas. InsignificânciasContinuar lendo “Números”
A arte do movimento
Às vezes acordamos mesmo desanimados com a vida. Não queremos fazer nada, os projetos que temos parecem, de repente, ter ficado idiotas demais, inúteis demais, ridículos demais. Tem dias em que não queremos sair da cama (se estiver frio, então, aproveitamos até a desculpa de que a gata não quer sair da cama e, porContinuar lendo “A arte do movimento”
A surpresa de não se surpreender
Pego um lápis, o marca-texto, as flags. Abro o livro. Leio duas frases. Marco o uso da palavra naquele lugar específico, me pergunto o que aquilo quer dizer. Leio mais alguns parágrafos, vejo que a cena muda abruptamente. Paro. Volto. Vejo onde exatamente a mudança aconteceu. Vejo que o autor jogou uma pista ali. MarcoContinuar lendo “A surpresa de não se surpreender”
O papo do vovô
Serra serra serra-dô, serra o papo do vovô! E, então, tendo sido virada de ponta cabeça nas pernas dele que me amparavam com tanto cuidado, eu gargalhava. Eram tempos felizes em que o mundo ainda não havia corrompido meus pensamentos, em que eu não sabia exatamente tudo o que tinha se passado na vida dele,Continuar lendo “O papo do vovô”
Corrida
Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. O indicado é só isso, mas ela não retorna o frasco à posição vertical. Então, o frasco pinga mais uma, duas, três gotas… Ok, já é hora de parar. Ela sente o líquido amargo-adocicado descendo pela garganta antes de subir ao cérebro e se pergunta se, de alguma forma inconsciente,Continuar lendo “Corrida”
(A)batimento
Eu quero explodir. Virar uma heterogeneidade de carne que hoje parece homogênea. Dos pés à cabeça, tudo dói. Por dentro, por fora, na parte invisível. Os neurônios. As sinapses não feitas ou feitas em excesso (será que existe isso?), o peito que sacode feito uma bateria de escola de samba, só que sem felicidade. ÉContinuar lendo “(A)batimento”
O Hoje
Acordei cheia de ideias, de criatividade, de fazer do mundo um lugar melhor. Uma mudança repentina em meu costumeiro humor soturno dos dias atuais, um humor tão cinza que parecem os céus de São Paulo numa segunda ou sexta-feira. Mas o humor de hoje é colorido, feito o céu com sol lá fora. Hoje, umContinuar lendo “O Hoje”