Texto produzido em uma de minhas lives na Twitch, em 29/11/2021. Eu não me lembro mais qual era a prompt.
“Oi. Meu nome é Helena e estou há 3 dias sem ligar para ele.
Ontem eu quase surtei, achei que não ia conseguir. Comi dois potes de sorvete em 30 minutos para não pegar no telefone. Só não comi mais porque minha irmã apareceu e eu me distraí o suficiente para não pensar nele.
Mas hoje eu liguei o rádio e o Bon Jovi foi meu gatilho. Que tipo de pessoa promete que vai estar com você para sempre e, do nada, vai embora? Maldito Bon Jovi quando escreveu essa música; maldito dia em que Benjamim e eu nos encontramos justamente enquanto Always tocava naquele estádio cheio de gente berrando e chorando. Naquele momento, tudo parecia lindo.
E foi.
Por um tempo.
Até a música se tornar real demais. Até mesmo a parte do Romeu. A diferença é que o sangue do Romeu da música é invisível, enquanto o dele…
É, eu sei, sou muito burra! Achei que matá-lo seria melhor do que viver sabendo que ele não me queria mais, mas foi um engano. Eu ficar ligando para ele sem parar, mesmo sabendo que ele não vai atender, é sinal de que continuo viciada nele, mesmo depois de ter enfiado a faca no coração dele num sentido mais literal do que a faca que ele enfiou no meu. Fora que agora eu vejo qualquer coisa vermelha e tenho vontade de vomitar.
E é por isso que estou aqui. Eu não bebo, mas vício em pessoas também é um vício, né?”
O silêncio no pequeno salão de reuniões do AA foi sepulcral.
Eu juro que o texto é meramente ficcional. Também juro que vou tentar postar o que produzi nas lives com mais frequência para alcançar o ritmo atual.