Eu quero explodir. Virar uma heterogeneidade de carne que hoje parece homogênea. Dos pés à cabeça, tudo dói. Por dentro, por fora, na parte invisível. Os neurônios. As sinapses não feitas ou feitas em excesso (será que existe isso?), o peito que sacode feito uma bateria de escola de samba, só que sem felicidade. É puro desespero de um coração que está pedindo permissão para explodir. Será que explode? E se explodir, o que vai virar? O que vai deixar? Será vazio ou alívio? Na atual situação, talvez alívio. Por enquanto, converso com ele e peço que escute Fernando Pessoa e sossegue. Talvez um coração partido em mil pedaços valha mais que um coração que não existe mais.
(A)batimento
Publicado por Elaine Trevizan
Leitora assídua, tradutora, intérprete (sim, são duas coisas diferentes), bookstagrammer, escritora em construção. Hipérbole é meu nome do meio. Ver mais posts